Carpe Diem é uma frase em latim de um poema de Horácio, e é popularmente traduzida para colha o dia ou aproveite o momento.Por isso aqui vou aproveitar o momento de inspiração e da falta dela também, para escrever tudo o que me der vontade. Tudo mesmo!




DOAR É UM ATO DE VIDA.
DOE SANGUE E MEDULA ÓSSEA.


segunda-feira, 28 de junho de 2010

ONTEM, HOJE, AMANHÃ

Estava há pouco conversando com uma amiga no MSN e, no meio de vários assuntos, esse diálogo ficou na minha cabeça:

AMIGA: Sua mãe tem alguma previsão de alta?
EU: O médico falou que talvez semana que vem, mas eu vivo um dia de cada vez, não crio expectativas.
AMIGA: Estou aprendendo a ser assim, ainda chego lá.
EU: Acho que isso é uma coisa que não se aprende, se faz à força.

Aí lembrei de uma frase de outra amiga no status do Orkut (ou será do MSN?):
PRESENTE QUE NÃO PASSA, FUTURO QUE NÃO CHEGA.

Que força estranha é essa que sempre teima em nos remeter a outro tempo que não o que estamos vivendo? Pode ser passado, pode ser futuro, mas nunca AGORA.
Por que tantas mensagens que recebemos em PPS, tantos livros de auto-ajuda, tantos comerciais de TV nos aconselham a viver o momento presente?
Fiquei pensando que se isso fosse tão bom não precisaria tanta gente nos lembrando que é o que temos que fazer. Seja sincero, quantas pessoas vc conhece que vivem assim, aproveitando e usufruindo o presente?
Será que a cada dia a vida fica pior? Será por isso que sentimos tanta falta do passado e ansiamos tanto pelo futuro?
Não pensem que sei a resposta, pois não sei. Só uma coisa é certa, essa é uma luta inglória em que já entramos perdedores. O Senhor do Tempo já nos condenou a viver um dia de cada vez e jamais voltar ao passado ou apressar o futuro. Quero crer que em algum tempo e algum espaço haja uma recompensa pra isso! Olha aí, já estou esperando pelo futuro de novo...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

EL E ASERÁ, E A ORIGEM SAGRADA DO HIEROS-GAMOS



Pura fantasia, lenda, mitologia? Não sei... leiam e tirem suas conclusões.
Uma coisa é certa, meu espírito clama para que Shakespeare esteja certo ao afirmar: "Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia."





No princípio, Deus criou o céu e a terra.
        Mas Deus não era um ser único, não reinava sozinho no universo. Ele governava com sua companheira, sua amada.
        Assim, no primeiro livro de Moisés, o Gênesis, Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, segundo a nossa semelhança", já que fala com sua metade, sua esposa. Pois a criação é um milagre que acontece com maior perfeição quando a união dos princípios masculino e feminino está presente. E o Senhor Deus disse: "Eis que o homem tornou-se um de nós."
        E diz o livro de Moisés: "Assim Deus criou o homem à sua imagem, Ele os criou macho e fêmea."
        Como poderia Deus criar uma fêmea à sua imagem se ele não tivesse uma imagem feminina? Acontece que Ele tem, e ela foi chamada inicialmente de Athiret, que significava Aquela que Caminha sobre o Mar. Uma referência que não é só aos mares da nossa terra, mas também ao mar de estrelas, a faixa de luz que chamamos de Via Láctea.
        Ela pisa nas estrelas porque é seu território, já que é a Rainha do Céu.
        E ficou conhecida por muitos nomes, um deles é Stella Maris, a Estrela do Mar. Ela é a Mer Maid, pois mer significa amor e mar, e é por isso que a água muitas vezes é vista como símbolo de sua sabedoria e compaixão.
        Outro símbolo usado para representá-la é um círculo de estrelas que dançam em volta de um sol, a essência feminina envolvendo o masculino com seu amor. Quando vir esse símbolo, saberá que o espírito de tudo que é divino está presente na feminilidade.
        Athiret do Mar e das Estrelas tornou-se conhecida, para os hebreus, como Aserá, nossa Mãe Divina, e o Senhor foi chamado de El, nosso Pai Celestial.
        E foi assim que El e Aserá quiseram expressar seu imenso e sagrado amor em uma forma física mais significativa e compartilhar essa bênção com os filhos que iam gerar. Foi assim que cada alma gerada tinha um par, uma alma gêmea com a mesma essência. No livro chamado Gênesis, isso é contado através da alegoria que descreve a alma gêmea de Adão como tendo nascido da sua costela, da essência dele, já que ela é carne da sua carne e sangue do seu sangue, espírito do seu espírito.
        Então Deus disse, e isso é contado por Moisés: "E se tornaram uma só carne."
        Assim foi criado o hieros-gamos, o casamento sagrado de confiança e consciência que une os amados em um só. Esse é a dádiva mais sagrada que recebemos dos nossos pais do céu. Pois quando nos unimos na câmara nupcial, descobrimos a união divina que El e Aserá desejaram que todos os seus filhos da Terra experimentassem, iluminados pelo puro êxtase e pela essência do verdadeiro amor.
        Para aqueles que podem ouvir. Que ouçam.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

OUTRO PLANETA

Hoje faz 2 meses que minha mãe está internada.
Durante esse tempo conheci muita gente, entre pacientes, familiares, acompanhantes, médicos, enfermeiras, etc.
Duas coisas me chamaram a atenção.

Uma delas, é a diversidade de emoções, sentimentos e comportamentos que vi nos familiares. Desde pessoas desesperadas até algumas totalmente indiferentes e até mesmo irritadas por estarem ali. Isso me fez pensar que as pessoas são como são, não mudam só pq atravessaram a porta de um hospital acompanhando algum familiar. E algumas saem de lá da mesma forma, vivenciam a dor, o sofrimento e, às vezes, até a morte e não aprendem nada com isso (em uma outra postagem vou contar como foi a transformação que ocorreu em mim com essa experiência). Simplesmente perdem o bonde que poderia levá-las a ser uma pessoa melhor.

Outra coisa marcante.
Nesses 2 meses, pouquíssimos dias deixei de ir ao hospital e várias vezes dormi lá. Semana passada, num dos dias em que dormi no hospital, desci para fumar por volta das 11 horas da noite (hábito ou vício que hei de abandonar) e, sentada no murinho, comecei a divagar. Me dei conta de que eu já conhecia a rotina de alguns moradores do bairro. A senhora de cabelo loiro "a la Xuxa", que passeava com seu cachorrinho de manhã, mas que nunca levava a sacolinha para recolher suas fezes. Dois senhores que corriam pelo bairro todo domingo de manhã. A babá que passeava no fim da tarde com o carrinho duplo dos gêmeos. As meninas que voltavam sempre juntas do Colégio Rio Branco. O casal que costumava jantar na padaria na frente do hospital (por sinal maravilhosa). A senhora que passava por ali com uma das pernas da calça arregaçada até o joelho, mostrando um machucado e dizia que tinha acabado de cair e precisava de dinheiro para o curativo. As duas moças que voltavam da academia e entravam na padaria, impecáveis, chapinha no cabelo e jóias e eu ficava lembrando do meu estado nas poucas vezes que me propus a fazer exercícios físicos. E, como esses, muitos outros.
Quando acabou meu cigarro, voltei à realidade e percebi que precisava subir. E foi assim que caiu a minha ficha de que o mundo não havia parado. Todos continuavam com suas rotinas, seus afazeres e seus hábitos. A vida só estancara para aqueles que estavam no hospital, pacientes e acompanhantes, como se vivêssemos em um outro planeta, o planeta Hospital.